Estamos todos reunidos esperando o espetáculo começar. É
tudo como um circo. Essa noite choveu na tenda. A lona caiu na cabeça de todos.
Restaram poucos pedaços, apenas os mais sugestivos a isso tudo.
Não se quebra vidro forte.
O próximo passo que daremos é o de decidir não andar.
O circo continua lá, como se não houvesse atração para
expor, apenas a vida de quem está assistindo. Nada nos mantém de pé. Nada nos manteve de pé. Caímos.
Vidro forte.
Choveu na lona. Todos correram pra de baixo da
marquise. De baixo vem o pó.
Permanecemos assim, como pó. Nada há que nos queira limpar.
As mãos se entrelaçaram e correram para proteger-se da
chuva. Uma delas escorregou. O outro a deixou na lama.
Choveu na lona e o espetáculo foi forçado a acabar. Bateram
palmas e esperaram a reação de quem jazia na lama.
A lona caiu, o circo se desfez. O circo foi embora. A lona
continuava lá.
“Adeus!” foi o que o circo disse. E nunca mais a lona foi
erguida.
Nunca mais a lona vai erguer-se.
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