O anjo olhou-me nos olhos. Perdi os sentidos admirando seu
olhar.
As dores continuam a caminhar ao meu lado, mas apenas
respiro o seu silêncio. A rosa morreu.
Decorei os versos, ensaiando-os sempre, aguardando a hora de
atuá-los no meu teatro solitário.
O que restou era eu.
Fechei os olhos e vi a luz vermelha do sol batendo-me à
porta.
Se sorri, esperei o vento passar.
O que restou?
Plantei-me em solo infértil esperando florescer.
O céu azul brilha, mas as cores continuam desbotadas. Desbotado estou eu, vendo o que nunca fora real tornar-se como o céu, até um
dia vir à sepultura.
Um dia fora eu.
Levemente o vi sorrir. Tentava eu adivinhar o seu próximo
passo. Tentava eu desvendá-lo como se isso e todo o resto fosse possível.
Tentava eu tentar.
O que restou um dia fora eu.
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