terça-feira, 3 de julho de 2012

Trem


As estações estão todas reunidas em um só lugar. 
Precisamos correr para logo pegar o próximo trem.

O trem me mostrou as belas paisagens que muitos não veem. Eu não sabia como contar os horizontes. É preciso?

O que fazer quando se sabe o que fazer? O que fazer quando não sabemos como fazer? O que fazer se pra se fazer, é preciso algo a mais ser feito?

A doce fumaça branca tempera o céu. A criança acena com os seus bracinhos frágeis. O homem bem vestido sorri enquanto lê o seu livro sem título aparente.
O caminho revestido de incontáveis trilhos.

É o que se tem de vir. Vemos o que nos tem. Deixamos ir o que não precisou ser preso a nós. 
Conceder a mão da noite ao dia.

Remediamos nossos passos falsos e esperamos a próxima vinda do trem da madrugada. Ali começa a dor do nosso dia.

Estamos no meio do vagão e só não sabemos se queremos ficar, voltar ou nos rastejar para o próximo espaço.

Algum dia aprenderemos a andar no trem em movimento?

A hora é tarde, despeço-me. Meu trem chegou.

0 comentários:

Postar um comentário