quarta-feira, 19 de julho de 2017

Quem és tu, Solidão?


Inflamo-me por ti no hoje, no agora, no amanhã.
Preciso-te no respirar, no sentir, no sonhar.
Acordo-me como se a cada momento em que vislumbro teu sorriso, que por tanto tempo aqui estivera, fosse novamente um novo amanhecer.

Estou aqui, por fim, realizando à parte o que me falta.
Tu me faltas.

Preciso do teu calor, do teu amor.
Quando teu toque ficou tão caro? Teus beijos, que outrora gratuitos me eram, custam-me hoje mais que o pão de todas as manhãs.

Inflamo-me por ti agora, enquanto deitadas está no teu solitário sonhar.

A solidão me foi por amiga, companheira, cônjuge.

Meses.


Inflamei-me por ti no ontem, no que passou.
A chama acabou, as cinzas vieram.
As cores retornaram e o que em ti viveu, em mim morreu.

Estou aqui, por fim, realizando à parte o que me faltou.
Tu me faltou.

Solidão me foi por amiga, companheira, cônjuge.

Não mais inflamo-me.
Sobrevivi.

0 comentários:

Postar um comentário