quarta-feira, 13 de abril de 2016

Conto da Casa Distante


E o rapaz foi para o quarto procurar o que fazer. Acabou encontrando ali seu passado e presente, reunidos em uma boa conversa.
Passado discutia com o outro passado sobre o que fazer naquele dia, enquanto o rapaz se deparava com a triste realidade do seu presente.

O rapaz olhou além da janela e, ali em baixo, viu uma sala de aula reunida.
Lembrou-se do passado que vivera e das viagens que já fizera.
Voltou então à triste realidade do presente que o cercava.

Alguém importante do passado do rapaz chegou, informando-lhe que ainda estava disposto a ser presente em sua vida.
Rapaz não durma tanto. Acorde para o que vier e durma para o que já foi, aconselhou.
Enquanto isso, o rapaz pensava no presente que vivia.

Esse sou eu.
Esse sou eu?
Esse sou eu.

O rapaz, já cansado daquele pequeno quarto, dirigiu-se à outra sala.
O passado de rapaz encontrava-se aos prantos, como se uma grande dor ou uma grande perda fizesse com que ele não mais conseguisse se manter de pé.
O rapaz, já não se contendo, largou o que havia nas mãos e correu em um reconfortante abraço, chorando junto com aquele que o chorava por pura empatia, lembrando-se de suas grandes dores ou grandes perdas.
Enquanto o rapaz presente reconfortava o seu passado, pensava:

Esse sou eu.
Esse sou eu.
Esse fui eu.

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Conto baseado em um sonho que vivi.

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