Há tempos em que o tempo se esconde.
Conforta-se nas fronteiras que o limitam e docemente espera fenecer-se.
Fecha-se no círculo que o criou.
Cria um altar para que outros o adorem.
Decide ser o próprio fim.
Há tempos em que o tempo perece,
Se instala em sua cova e não mais espera por ninguém.
Cria uma fonte onde apenas gera água amarga. E todos correm desesperadamente para beber.
Permanece em si.
Há tempos em que o tempo renasce.
As tulipas vibram e ponderam na esfera em que o tempo as constituiu.
Os seres voltam e as íris brilham ternura,
Os céus voltam ao seu claro azul.
E o que havia, então, sido sepultado e decorado com flores fúnebres volta com pura e doce alegria.
Há tempos em que o tempo pouco mais é que o tempo.
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