terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Conversando Comigo


Sei, amigo eu, que por fim estou livre de todas as correntes velhas que me prendiam.
Bem falei para mim que apenas poucas coisas me impediam de provar o céu.
Finalmente a luz caiu em mim. Finalmente a lua foi-se para não mais voltar.

Passei, caro eu, a entender que anjos fitavam-me a cada passo. Deixei aquele lado dormir.

Confiemos no verdadeiro. Alegremo-nos no Seu olhar.

O céu finalmente recebeu-me com azul. Esse, amado eu, foi o mais doce dos presentes.
Presentes que se dão e se entregam a ninguém.

Querido eu, já não tardo mais em ouvir o doce som.
Sinto-me perto, mesmo parecendo longe.

Sorrisos conforme o mel.

O temporal assusta os outros. Mas não a nós, doce eu.

Chuva.
Sol.
Sol.
Sol.

Encontro-te hoje, eu.
Estando aqui ou ali, encontro-te.

Me cante, eu.
Me cante.

Vou no teu mar, eu.
Vou em tuas pontes, eu.

Irei me cantar.
Irei me cantar.
Irei te enfeitar.

Não há correntes enquanto converso comigo.

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