E os olhos se fecham.
Os passos ficam mais curtos e as estradas insuportávelmente mais longas.
Chegar ao infinito em um único salto seria o mais desejável.
Não nos cabe essa realidade.
Todos os sonhos estão juntos em um único saco plástico e abandonado em terrenos desconhecidos.
Estamos jogados ao léu, esperando o que o trem pare em nossa esquina.
A verdade é que sempre nos atrasamos para pegá-lo.
A tempestade gritou essa noite.
As linhas brancas caminharam até a próxima floresta.
Tudo o que o tempo decidiu parar continuou teimosamente a funcionar.
O breve se tornou imensamente extenso.
Não se sabe para onde correr.
Não se sabe do que correr.
Os olhos continuam a se fechar para a realidade alheia.
Continuam a se fechar para o mundo que aprendeu a consumi-los.
Os olhos se fecharam.
Não há o que ver além de si.
A realidade é relativa.
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