domingo, 9 de setembro de 2012

Eterna.



O chão está molhado mas parece continuar a valer a pena ser obstinado.
Alguém esqueceu os pássaros no ninho. Alento não é o suficiente.
O homem luta bravamente contra a sua natureza mas não consegue lhe lançar ao chão.
Há um velho caminhando em meu jardim.

Compre a quantidade certa de dor!
Alugue-se um pouco para mim.
Caminhe com poucos passos.
Esqueça o caminho.

A inconstância humana está cravada em cada ponto vital estendida na madeira.
Mas o sangue derramado trouxe à tona o que a razão tinha imposta como limite.

A palma da mãos só é completa quando encontra a outra.
Os olhos só conseguem ver quando estão fechados.
Os joelhos têm necessidade de permanecer no chão.

As lágrimas vieram com uma tempestade como escolta.

O retrato na parede ainda anuncia a direção do meu olhar.
O anjo e sua trombeta anunciando a parte eterna.

Não é preciso ver, apenas saber que é real.

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