E os versos continuam a soprar, soar.
A manhã se foi e o que restou além de uma outra visão?
As palavras saem e encantam o branco, sozinhas, como se nelas houvesse vida.
O poeta devaneia entre o que é, foi ou deveria ser.
Todas as suas memórias perderam as cores ou morreram.
Logo após a praça com lustres iluminados, o beco escuro.
O enfim chega e não estamos preparados para tal.
A hora preventiva passou e nossa mala está vazia.
Os versos se encontram no fim das linhas e se completam em sua falta de conceito.
Finalmente se aprende a existir.
Apenas o beco escuro.
O eu perde o seu lugar e é colocado flutuante dentro de um vidro com formol.
As palavras se perdem mas continuam a viver.
A questão termina apenas em enterrar-se.
Saem versos, voltam dores.
Dores somem, apenas versos.
Assim se faz a alma do poeta.
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