quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Adeus


Voltamos à estaca zero.
Os números foram todos corrompidos.
O Tempo se examinou e perguntou a si há quanto tempo está doente.

A dor sangrenta arrancou-me metade da alma, sua foiça continua a me cortar por eternos espaços de tempo.
Ouvindo os agonizantes gritos do silêncio busquei encontrar a cura pra esse imortal vírus que se instalou em mim, transformando tudo o que eu tinha em cinzas.

Porque aquele pobre senhor se alimenta dos seus restos?
Porque aquela senhora encontra beleza na sua desgraça?
Porque aquela criança sorri?

Olho pra dentro da minha alma e a única coisa que me espera é um futuro iminente, onde nada além de mim consigo ver.
Será que consigo encontrar o meu lado que se foi?
Será que consigo falar as verdadeiras palavras que meu âmago, meu triste e incompreendido âmago, me pediu para dizer?
O que foi pedido para mim?


Grite!
Grite!
Grite!

Sou as sobras de um livro velho.
Decidi arrancar e ingerir todas as minhas páginas.
Irei esperar o tempo me ingerir.
Para sempre alcançarei o nada e assim finalmente ditarei a minha última palavra.

Adeus

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