domingo, 30 de abril de 2017

Folha de Outono


Abrem-me ao avesso gritando e espalhando em cada esquina como eu posso estar.
"Se rendeu ao sofrimento".
"Amargurou seus sentimentos".
"Empacou-se no momento".
"Vai virar folha de outono".
Achas tu que me conhece a tal ponto? Quem és, além do alguém avulso, somado a uma multidão avulsa, no meio de uma nação de gente avulsa?
Eles esperam que me renda, que me embrulhe no amargo, que a vida vire um breu, que o ardor nunca mais cesse.

Abrem-me​ ao avesso gritando e espalhando em cada esquina como esperam que eu esteja.
Quem sofre na mediocridade és tu, achando que faz o certo, deixando seu tempo aberto, pronto pra receber a soma de todos os carmas.

Não te preocupes em viver por mim.
O sol chegará, a aurora despontará e o sorriso permanecerá em mim.

Abrem-me ao avesso gritando e espalhando em cada esquina como eu possa estar.
Estou de pé.


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