E nesse instante o que resta-me é despedir-me.
Digo adeus ao teu deus, que adoravas sem saber, que amavas sem o ter.
Digo adeus a mim que não encontro mais espaço aqui.
Digo adeus a ti, que me sorrias e hoje traz-me um pouco de areia para nela eu vacilar.
Adeus aos afagos, abraços; pedaços.
Digo adeus ao que não é.
Digo adeus ao que não foi.
Digo adeus, por fim, do meu inverno ao teu verão.
Ou do meu verão ao teu inverno.
Brindo-te uma taça com uma imensidão de cinza, de preto, de escuro; de não mais.
Tiro-te ainda o chapéu, uma última vez, para dar-te o adeus. Demoro-me.
Amigo, digo adeus a teus ventos, inventos; reinventos. Digo adeus ao que te trouxe, e deixo espaço para deixar o mesmo levar-te embora. Amigo, te esqueças do "boa noite" ou do "enfim, é noite". Amigo, adeus.
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Dedicada a todos que puderem entender.



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