sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sombra


Sinto-me parado.
Andante.
Vazio por preferir ser.
Cheio por escolher estar.

Aqui se encontram os meus restos, vomitados nessa esquina escura coberta de nada.
Quanto tempo ainda resta?

Preferi me esconder debaixo da minha própria sombra, torcendo pra que o sol continue horizonte e não revele aquilo que preferi deixar exposto.

Tanto frio.
Tanta falta.

Quando conseguirei recolocar todas as peças nesse meio sem fim?
Farei?

E se toda as faces por mim interpretadas preferirem não se colocarem no meu rosto?
Seria eu um cadáver que não consegui me levantar?

Até quando o tempo continuará a voltar?

Minha sombra permanecerá aqui, presa dentro do nada, esperando ser inútil mais uma vez.


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